Como cuidar da sua saúde financeira

Manter a saúde financeira da empresa em dia é obrigação de qualquer gestor competente. O departamento de finanças é estratégico em qualquer organização, pois, se as contas não estiverem ajustadas, será muito difícil enfrentar períodos de crise acentuada. Afinal de contas, além dos fatores internos, existe todo um meio social no qual a empresa está inserida.

Toda boa gestão de finanças empresariais estabelece e acompanha indicadores. Sem eles, não há como medir a saúde financeira da empresa, otimizá-la, tomar cuidados necessários e fazer projeções com relação a ela.

Além disso, na busca por resultados e melhorias constantes, esses indicadores auxiliam gestores a avaliarem processos diversos e a tomarem decisões seguras e até antecipadas.

E com o mercado competitivo dos dias de hoje, quem não analisar constantemente seus resultados em busca de melhorar sua atuação, dificilmente atingirá uma posição de sucesso.

Por essa razão, empreendimentos de diversas áreas estão investindo cada vez mais no autoconhecimento, especialmente sobre aspectos que podem contribuir para que ele continue sendo rentável.

 

Qual a importância da saúde financeira da empresa?

A importância da saúde financeira da empresa se reflete na organização das finanças. Um negócio que faz o controle do fluxo de caixa, por exemplo, consegue acompanhar o ritmo das entradas e saídas de dinheiro. Com isso, é possível analisar se as despesas estão superando as entradas, o que pode indicar que as operações não estão vantajosas.

Esse acompanhamento pode ligar o sinal amarelo, indicando que a empresa pode ter dificuldades para honrar seus pagamentos. Multas podem gerar dívidas que vão deixar o CNPJ da empresa sujo no mercado, dificultando a possibilidade de conseguir produtos financeiros como empréstimo ou até um simples cartão de crédito.

Dessa forma, ter uma gestão financeira eficiente e organizada vai permitir que o seu negócio seja saudável e tenha o retorno desejado que você tanto sonhou.

 

Como avaliar a saúde financeira da empresa

1- Faturamento

Pode parecer lógico acompanhar o faturamento, mas o fato é que muitas empresas não dão o devido valor para esse indicador. É ele que mostra quanto está sendo comercializado e quanto de dinheiro está entrando no empreendimento.

Além disso, esse indicador da saúde financeira da empresa é extremamente útil para fazer comparações com as metas estabelecidas para o momento e descobrir se você precisa realinhar estratégias e buscar nova clientela para que sua empresa possa ter o lucro esperado.

 

2- Recebimentos

Faturamento e recebimentos não são a mesma coisa. O fato é que você pode vender muito, mas não necessariamente estará recebendo esse dinheiro efetivamente. Isso ocorre especialmente com quem faz muitas vendas a prazo, como cartão de crédito e boletos ou pior: sofre com a inadimplência.

Faça uma análise precisa dos seus clientes em estado de inadimplência e crie um programa de cobranças mais eficaz: deixar o recebimento o mais próximo possível do faturamento é uma meta que todo empresário deve ter na busca da saúde financeira da empresa.

 

3- Custo fixo

Ter uma noção precisa dos seus custos fixos é outro fator preponderante para que uma empresa funcione com precisão. Esse conceito é importante, pois muitos empresários, especialmente os menos experientes, acabam se iludindo e perdendo o controle, principalmente quando os negócios começam a crescer.

Conhecer o custo fixo ajuda a saber que o dinheiro gasto nesse indicador é, na realidade, virtual: você jamais o terá, pois ele é necessário todos os meses para que a empresa funcione, mesmo em seu nível mais básico. Já os custos totais variáveis podem mudar, pois aumentam de acordo com o volume de negócio, porém os fixos precisam ser conhecidos e muito bem!

 

4- Índice de endividamento

Esse índice é importantíssimo para avaliar a saúde financeira da empresa. Ele revela o quanto o negócios utiliza de recursos próprios para desenvolver suas atividades e o quanto é proveniente de empréstimos e financiamentos, caso estes sejam utilizados para complementar o capital de giro.

Para calculá-lo, é preciso buscar os ativos e passivos no balanço patrimonial. Então, divide-se o total do passivo pelo total do ativo e multiplica-se o resultado por 100. Assim, é obtido o percentual do índice de endividamento.

 

Por exemplo: se o produto da divisão for 0,25, a porcentagem será de 25%. Isso significa que o negócio é financiado 75% por recursos próprios e 25% por terceiros.

Dessa forma, para comparar a evolução através dos anos ou até de períodos menores, basta utilizar os dados de balanços consolidados dos períodos desejados.

Quanto mais alto for o índice, mais a empresa estará endividada. Porém, isso pode não ser tão ruim — como no cálculo relativo a um período em que grande capital externo a ser devolvido foi injetado para expansão e crescimento.

 

5- Lucratividade

Não importa quanta receita é gerada, pois é a lucratividade que revela se a saúde financeira da empresa pode ser boa ou está em risco e se o negócio tem capacidade de gerar resultados reais.

É sempre necessário analisar quais são os ganhos líquidos da organização para identificar se são satisfatórios, de acordo com produtos ou serviços oferecidos, área de mercado e outros fatores.

Por meio dos resultados dessa análise, o gestor consegue ver se a empresa é sustentável de fato — se as despesas são adequadas às receitas e atividades —, projetar o fluxo de caixa e prever a redução do índice de endividamento.

 

6- Ponto de equilíbrio (Break Even)

Chega-se ao ponto de equilíbrio da empresa somando todas as despesas fixas e variáveis e relacionando-as ao ticket médio ou ao volume de vendas. Assim, sabe-se quando o faturamento e os custos se igualam. A partir desse equilíbrio, toda a receita gerada passa a ser lucro, ajudando de uma forma bastante prática a analisar a saúde financeira de uma empresa.

Por exemplo: se o equilíbrio é alcançado apenas na última semana do mês, a saúde financeira da empresa pode estar comprometida pela baixa lucratividade. Por outro lado, dependendo da solução oferecida pela organização e de seu mercado, lucrar durante todos os últimos dias do mês pode ser excelente.

Portanto, para avaliar o Break Even deve-se considerar as atividades desenvolvidas e em que área o negócio atua. Independentemente disso, esse é sempre um indicador importante e que precisa ser acompanhado, inclusive para identificar situações como necessidade de capital de giro adicional ou possibilidade de investir sobras para que estas não se desvalorizem paradas no caixa.

 

7- Ticket médio

Quanto cada cliente da sua organização representa de faturamento? É importante conhecer esse dado para analisar se o número é satisfatório, proporciona lucratividade nas operações ou se ele é baixo e esse é o motivo dos poucos resultados e da demora para atingir o ponto de equilíbrio.

E mais: caso haja um projeto de crescimento ou de aumento nas vendas sendo planejado, o número do ticket médio é o que vai mostrar em que ponto da execução do projeto o retorno sobre o investimento ocorrerá.

Por exemplo: se o ticket é de R$ 500 e a injeção será de R$ 30 mil para uma estratégia de aquisição de novos clientes, o Break Even do investimento ocorrerá em 60 vendas. Depois, em outro prazo de tempo ou de vendas, o retorno será atingido. E mais posteriormente, a lucratividade — tudo podendo ser calculado utilizando o ticket.

Esses são alguns indicadores que podem ajudar seu empreendimento a ter maior controle da própria saúde empresarial. Quem não conhece bem seu negócio terá chances muito maiores de tomar decisões erradas e percorrer um trajeto mais difícil, enquanto quem tiver a perfeita noção das minúcias de sua empresa e das variáveis da sua área, aumentará consideravelmente suas possibilidades de sucesso.